O cão no sótão

74 páginas, ilustrado
170 g
15,5 cm × 15,5 cm

Alberto Martins

“Escrever não era seu projeto para a vida inteira, dizia, só para a primeira metade. Se conseguisse escrever uma única página verdadeiramente viva – era assim que ele se expressava – a segunda parte de sua vida se cumpriria na mais absoluta, imprevisível e irremediável liberdade.”

Um acto de romantização do martírio, de procura de uma inalcançável origem ecoa nessa frase. Ou talvez nem por isso. A frase é tão aberta como a boca que a grita. Essa frase encontra-se no meio de muitas outras frases que são lidas ou saltadas ou de forma única apercebidas. Palavras encontram-se entre e fora das linhas. Uma frase espessa tem muito redor.

Uma frase espessa pode significar a morte ou a vida-

 

Escritor, editor e artista plástico, Alberto Martins nasceu em Santos, SP, em 1958. Formou-se em Letras na Universidade de São Paulo em 1981 e nesse mesmo ano iniciou sua prática de gravura e escultura na Escola de Comunicações e Artes da mesma universidade.

Publicou os livros: Poemas (1990), Goeldi: história de horizonte (1995), que recebeu o prêmio Jabuti; Cais (2002), ilustrado com xilogravuras do autor; os infantis A floresta e o estrangeiro (2000), Café-com-leite e feijão-com-arroz (2004) e A história de Biruta (2008); a novela A história dos ossos (2005), que obteve o segundo lugar no Prêmio Telecom de Literatura; a peça de teatro Uma noite em cinco atos (2009) e o livro de poemas Em trânsito (2010), menção honrosa no Prêmio de Poesia Moacyr Scliar 2011.

Em 2013 publicou Lívia e o cemitério africano, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura e Prêmio APCA de Melhor Romance do Ano.

Em 2016, junto com Fabrício Corsaletti, publicou Caderno americano, que reúne poemas dos dois autores sobre a América Latina; no mesmo ano saiu na Argentina uma antologia bilíngue de seus poemas, intitulada Rimbaud en América y otros poemas.

“Hoje me sinto bem observando a espessura das coisas; espessura, que acaba conectando presente, passado, outros tempos.”

Alberto Martins vive em São Paulo.

"Lobster não é de água doce"